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São só palavras...

Posted by Diana Magnavita on 10:44
Sinceramente, eu espero que você não teime em ser o inverso. Que não me deixe deitar em uma cama de rosas com espinhos. Eu não quero dizer não, mas também não quero entregar meu coração nas mãos de um bandido. Você comeu meu coração e sugou minha alma. Eu não vou me importar se terão mentiras em seus olhos e precisarei amanhã arrumar a bagunça. Não importa quanto estrago irás causar em mim, pois eu danço na tormenta. E eu não quero pensar se irás partir meu coração, depois posso colar os pedaços mais uma vez.

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Solilóquio

Posted by Diana Magnavita on 10:59


Eu só estou cansada de tantos rostos, de tantas vozes, de tantos sorrisos. De estar sempre bonita, de me esforçar para estar amigável. Não estou deprimida, apenas cansada de me empenhar para me satisfazer com o outro. Esse momento pareço estar preferindo o silêncio do meu coração, a balada do eu sozinho, a imaginação dos meus pensamentos, dos meus livros, dos meus anseios. Não há nenhum problema em estar sozinho, não existe dor em se fechar para o mundo por algum tempo e fazer uma reunião consigo mesmo. Faz tempo que não sei o que é dividir minha solidão com as paredes. Eu a quero agora. Quero pensar, quero escrever, quero sorrir sozinha e não ter que estar bonita, não ter que vestir com a melhor roupa. Apenas me sentir a vontade, me sentir descansada e refletir sobre meus planos e me adentrar nos meus objetivos de forma intensa. Não quero que pensem que isso é estar deprimido, é apenas conectar com os meus sentimentos mais íntimos. E amanhã, depois, ou qualquer outro dia, quem sabe? O calor dos amigos, os sorrisos, as vozes e os murmurinhos das vozes tenham mais sentido mais tarde novamente? Sou assim, alguém que está sempre mudando, sempre precisando de algo novo, sempre... E agora, eu quero um pouco do silêncio um pouco do chá, um pouco da cama, um pouco de bobagens infantis, quem sabe... Não sei o que busco, se busco alguma coisa, mas hoje... Hoje é o silêncio que eu desejo.

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Recorte diminuto

Posted by Diana Magnavita on 15:56
Quase me perdi. Esqueci quem eu era, o que precisava fazer. Vi-me sem coragem, sem palavras, quase moribunda! Eu, antes, não tinha medo e sentia que podia ser dona do mundo. ANTES! ANTES. ANTES... Eu era quase pura, quase suja, estava rodeada de sonhos possíveis e reações desesperadoras.
Como o lado obscuro pode ter tido vantagens? Como correr contra os cacos de vidro que fincam na pele pode ter tido seu retrato de ternura? E eu consigo me enxergar em cada detalhe, mais apática, machucada... Tentando me erguer e tentando sorrir, quase que sem vontade.
Essa necessidade ansiolítica de produzir, de abrir a boca, de gritar, de dizer a todos no mais mal educado possível estilo – FODA-SE! Eu estou aqui! Eu não quero ser a sua queridinha! Nem preciso disso... Sou autossuficiente, posso me resolver com minhas próprias mãos... Isso não implica que eu não teria brilho nos olhos caso surtisse em você admiração por mim. Não estou me fechando para o mundo, pelo contrário, quero ser possuída por ele e tenho dito.
Mundo, me coma! Devore-me! Antropofagicamente, falando. Quero que degluta cada pedaço meu.  Desejo estar inserida, respeitada! Impus-me ao mundo para que ele me coma do jeito certo! Só isso...  O cansaço nos torna fraco, eu não quero ser fraca! Eu não quero ser frágil... Eu não sou frágil e não estou sujeita a me partir em mil pedaços, caso adversidade tente me engolir... Eu lutarei bravamente com ela e não estou disposta a morrer na praia!
Não vou negligenciar minhas oportunidades e não vou me subestimar... Acabei de engolir um rei e ele se encontra em minha barriga e para removê-lo, você precisa destruir meus anseios, mas as vozes desnecessárias não me atingem mais e nem me ferem mais, porque elas são reflexos da minha covardia e hoje, agora, nesse exato momento, mais uma vez, eu morri e renasci das cinzas, mais forte, mais justa, mais fugaz, sem ressentimentos e pronta para a batalha contra meu pior adversário: supereu.
Consegui enxergar todas as minhas quedas, cada uma delas, e como consegui me reerguer depois da tempestade. Quantas perdas? Quantos ganhos? De forma pessimista, eu poderia me fazer de mocinha sofredora e dizer que foram maiores as derrotas, mas não! Eu tenho sorte! Muita sorte, na verdade! Eu só preciso acreditar em mim e encontrar forças para seguir nessa barca até o fim.
Se você alguma vez já perdeu a força para lutar pelos seus sonhos, toma energético!  Ser teimoso, persistir, mesmo que pareça um erro é melhor do que viver lamentando a eterna falha da desistência. Sigo meu caminho, minha existência e se eu morrer... Que seja tentando.

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Solilóquios

Posted by Diana Magnavita on 09:03


Caros,


Toda vez que tento me explicar, eu me arrependo do que disse anteriormente.  Sou impulsiva a ponto de nem eu mesma entender o porque daquilo que disse e às vezes se justificar pode não ter tanta importância. É simples, eu vejo tudo como algo simples que permeia minha verdade. Verdade essa, que nem eu mesma consigo encontrar. No momento tudo parece tão claro, mas com o passar do tempo, uma onda de pensamentos me fazem perceber que tudo o que aconteceu foi uma ilusão causada por minha ansiedade.
O que busco da vida? O que busco dos outros? O que procuro todo o tempo, quando na verdade pareço não estar procurando nada? Vivo com fome de ”sincericídio”, de intensidades e ao mesmo tempo sinto uma necessidade de me manter no superficial, mas o superficial é chato, é raso demais para alguém como eu. Alguém curioso que, como Alice, não pensa duas vezes antes de se jogar na toca do coelho, sem saber onde aquele caminho vai levar. Mais ou menos por isso que procuro focar, numa tentativa, muitas vezes falha, de manter essa ansiedade escondida de tudo. Nem sempre é possível, ela dá aquelas escapulidas e depois me mata de vergonha! É sempre assim, fato.
Existem coisas em minha vida que não consigo explicar, que não consigo encarar de frente e dizer: Fiz, porque quis. Me senti bem assim e etc. Não! Eu fico frustrada porque aquilo era o que eu queria no momento, mesmo que esse momento dure dois anos, e depois me envergonho por ser diferente, que por mais que eu tente seguir a partir de então o convencional, eu estarei marcada com aquele acontecimento. E se revelo  me sinto despida, me sinto frágil por ter me exposto a tal ponto.
Meus segredos precisam ser mantidos para que eu não me frustre, mas alguns segredos precisam ser revelados para que me sinta compreendida, mas aquilo mancha, marca, como tatuagem e me faz sentir menos esperta, menos confiante, menos semelhante, mais estranha. Uma pessoa que foi marcada por algo, que ainda que não seja proibido, ainda que não seja humilhante ou errado, se sente como se tivesse cometido um crime, um pecado imenso, uma anormalidade e prefere tentar apagar. Em algum momento isso vem à tona e mais uma vez sinto vontade de sumir para um lugar onde ninguém me conheça e eu possa esquecer quem fui nos últimos dois anos.  Como se tivesse esse poder.
Uma nova possibilidade de enxergar foi aberta em minha consciência, mas nem mesmo eu aceito, até mesmo eu me confundo, mesmo eu grito comigo mesma pedindo que tudo seja apenas um pesadelo e quando eu acordar tudo estará em seu devido lugar e por outro lado, me recordo, o quão feliz estive durante esse tempo, o quanto descobri sobre mim e sobre outras pessoas. O quanto descobri sobre se arriscar sem medo das consequências e no final eu me arrependo do que aprendi, eu me envergonho do que descobri e me perco numa tentativa de esmagar tudo que passou como forma de me sentir mais normal e abafar minha covardia.
Acredito que estou sufocada demais para pensar algo. Quero dar um foda-se e dizer que escolhi o caminho que me sinto confortável e se de repente ele mudar não terei receio, mas eu prefiro manter tudo do jeito que está. 

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IN-Teoria da Sensibilidade

Posted by Diana Magnavita on 09:07


É triste ser sensível. É triste saber que seus sonhos de humanidade são irreais.
Mais triste ainda, é amar essa tristeza, que para sempre bela, pertence ao seu íntimo.
E é tão triste o amor não correspondido, triste o amar solitário.
E no silêncio vagueiam palavras mudas, que sussurram.  Que suspiram. Nada se ouve.
Uma canção amarga de repetições e lamentações exauridas.
Vai e golpeia com suas cortantes ideias, a nobreza delicada dos seus sentimentos.
Segura forte a ira da sua paixão, que de tanta intensidade carrega em suas vísceras o peso do mundo.
Vai e canta, e isola e encanta e...
Suavemente tragando sua sorte. Sua sina. E nada se ouve.
Pedaços de cimento caem sobre sua  pele macia. Macia de pensamentos intocáveis.
Macia de desejos seus...
Não se fabrica pessoas como antes! Vivas! Sementes de Humanidade. Só se ver supérfluos.
Beijos por beijos, palavras por palavras, escárnio por escárnio.
Não se fabrica mais sentimentos como antes. Vivemos a esquizofrenia de saciar.
 Dominados por essa flor de concreto dentro da individualidade.
Homens e mulheres pequenos e superficiais.
Trajando sensualidade. Travando como animais selvagens. Deglutindo-se as carnes.
E o que resta dos esquisitos, são palavras bobas. São sentimentos bobos, que ninguém os ouve, ninguém os quer.
E sempre, quase sempre,  se machucam com suas doses de insatisfação latente.  E quase que totalmente são deixados para trás com suas paixões incandescentes.
Ninguém quer  o complexo das estrelas, embora belas, preferem comtemplar  à distância, às escuras.
E assim, é triste ser sensível, incompreendido. É triste ver que o seu sol escapuliu às suas mãos e que nada se pode fazer para detê-lo...




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O que foi feito com as nossas crenças ancestrais?

Posted by Diana Magnavita on 14:53


Em uma conversa informal, me perguntaram se eu não acreditava em Deus. Eu respondi que sim, que creio em Deus, mas não na instituição Religiosa. Acredito na existência de Jesus, mas não de um messias.  E é muito simples entender o porquê da minha repulsa pela Igreja Católica.
A Igreja católica perseguiu, torturou e matou milhares de pessoas ao longo de sua supremacia, com o intuito de eliminar os hereges, ou seja, aqueles que cultuavam outras crenças.  A caça às bruxas, dizimando milhares de vidas, deixando crianças órfãs, muitas vezes de pai e mãe, assim como obrigaram aos índios e escravos negros a aceitarem a catequese por meio de torturas e sofrimento. Então você me pergunta: Qual violência a Igreja Católica usou contra mim? E eu respondo: Malleus Maleficarum. 
A Igreja não apenas torturou, queimou e matou pessoas “culpadas” pela bruxaria, como também inocentes, em sua maioria, assim como deturpou a s religiões Pagãs e matriarcais, os seus Deuses (politeísmo), sua simbologia. A imagem feminina nunca mais foi a mesma e isso reflete até os dias de hoje. A mulher como fruto do pecado e perdição, a personificação do demônio.  Demônios estes, todos subvertidos das histórias e cultos sagrados pagãos e politeístas. 
Durante muito tempo, na Idade Das Trevas, o homem foi privado do seu direito de escolha, mesmo que Deus o tenha dado o livre arbítrio e deste mesmo homem foi tirado o direito de se ter conhecimento, assim como ainda vemos atualmente.
Por todo sofrimento causado, por toda morte, de bruxas verdadeiras ou não. Por toda tortura, cada feto arrancado do útero, cada afogamento ou fogueira, toda sujeira que eles deixavam ao longo da nossa história, em pleno século XXI, olhem ao redor e comece a perceber que a Idade Das Trevas não acabou. Ainda temos resquícios inquisidores, religiosos, étnicos, sociais, ou de gênero, mas estamos presos a este estigma que um dia foi colocado em nossas vidas e trazido a ferro e sangue por nossos ancestrais na história da humanidade.



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Quantas coisas de lá pra cá, você já conseguiu?

Posted by Diana Magnavita on 22:17

Não sei se já consegui alguma coisa... Terminar o 2º grau e entrar na universidade. Acho que ganhei alguma coisa no teatrinho quando era pequena e fazia espetáculos de dança e teatro e escrevia textos e alguns livros que nunca serão publicados... E fiz um filme tbm "a menina câncer" que quem nunca assistiu jamais poderá ver pois se perdeu no tempo... Caí de bicicleta de encontro à um ônibus e  vi meu cachorro morrer. Muitas vezes me pergunto se tudo isso está no meu corpo, em minhas células. Devorei muitos livros, filmes e pessoas e procurei ter um estímulo no filme da minha vida. Cantei em alguns lugares e escrevi algumas canções que nunca serão cantadas. Vesti muitas roupas, gastei muitos sapatos, tive mil cabelos e um único coração e mesmo que eu esquecesse que ele existia, ele vibrava em meu peito numa intensidade que me causava taquicardia. Pensei nos pobres, nos oprimidos,  nos ditadores, nos séculos passados, e nos que estariam por vir e me senti impotente ao saber que não poderia mudar o mundo.

Beijei algumas bocas... Algumas que me lembro perfeitamente e outras que não! Amei, achei que amei e chorei várias vezes e sorri pelo menor motivo. Tive o coração partido e colado algumas vezes e parti alguns deixando seus pedaços pelo caminho. Me senti usada, amada, abusada, ao averso. Usei e abusei de verdades e mentiras. Tornei as coisas fáceis demais e muitas vezes quão complicas eram e nem eu poderia compreender.  Me arrependi de atitudes impensadas e de atitudes pensadas demais. Sonhei acordada enquanto a realidade sonhada passava bem próximo e eu não a agarrei pois estava sonhando. Levei socos, murros pontapéis, me recompus, tornei a cair e dei algumas porradas. Ganhei muitos amigos e perdi pessoas amadas. Fui inocente, fui cruel, fui maldosa. Saltei de muitos precipícios e também empurrei alguns à beira do abismo. Suei e fiz suar. Sofri e fiz sofrer. Várias vezes me suicidei, me anulei e também me amei. Fui linda, fui feia. Fui gorda e magra. Comi pouco e comi muito.  Bebi no gargalo da garrafa de vinho, vodka, rum... Menos tequila! Fumei muitos cigarros... Muitos mesmos... Dancei muito, não tanto como gostaria, por minhas próprias desavenças comigo  mesma.

Não quero ser feita de lembranças, nem quero perder a juventude,mas o tempo parece que está com pressa de acabar e isso me assusta! Tudo muito rápido! Faróis rápidos! Sonos rápidos, trânsitos em velocidade da luz... E eu no meio de tudo isso... Tentando achar a pulsação certa,  não perder o tom, não cair no sono... Na estafa.

E esses sonhos?  E esses medos? Lá na frente terão sentido? Por volta da sua velhice, irá lembrar com lágrimas os 30 anos passados?

Se correr contra o tempo já é complicado, correr atrás dele perdido é possível? A velocidade do tempo... A velocidade do tempo. Ele passa, ele corre, ele voa... Pensamos que estamos intactos até nos percebermos no espelho e então, sabemos o quanto de tempo que se foi. Tempos aproveitados, ou não. Ele nunca está no mesmo lugar, ele passa e leva tudo...

Eu vou correndo no ritmo do tempo, causando essa disritmia... e vou empurrando meu peso contra o tempo, jogando tudo que posso suportar, mas o tempo se alimenta de nossa juventude, como um vampiro que se alimenta de sangue. E é a nossa juventude que o torna imortal.


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A chegada

Posted by Diana Magnavita on 21:52


     Quando meu marido decidiu contra minha vontade trazer para nossa casa um animal fiquei desorientada. Eu não queria outro animal dentro de casa. Depois da morte da minha cadela aos doze anos. Eu não conseguia superar a morte dela. E jamais a substituiria como fazem por ai, porque o que fica é o que levamos dentro de nós, são as lembranças.
     Quando minha filha apareceu com aquele cachorro no colo, eu fiquei desesperada. Nem quis olhar. Observei as feições de felicidade do meu marido e filha e o seu namorado com olhar de espanto, com receio que eu mandasse o animal embora. Eu estava quase chorando, estava me sentindo triste. Eu gosto de animais, mas eles dão trabalho e são difíceis de educar.
Fui me aproximando e de repente uma coisa me chamou atenção:
- Ele é... Diferente... – Aquela quebra do meu silencio fez o cachorrinho no colo da minha filha me olhar levantando o cenho. – Ele tem olhos verdes... E... O focinho é rosa...
       A cadelinha miúda da raça labrador era amarela e tinha os olhos da cor dos meus e era albina, o que lhe deu essa pigmentação rosa ao focinho e cílios. Era o cachorro mais lindo que eu já vi na vida. E foi assim que eu a amei, por sua diferença. Era essa peculiaridade que a fazia especialmente, mais linda do que qualquer outro cachorro ate mesmo da própria raça.
      Graças a ela ser assim eu a amei e hoje posso dizer, que a amo tanto quanto o meu cachorrinho que morreu que era branca como neve e tinha olhos e focinho castanhos. Eu sempre os comparava, mas eles eram tão autênticos entre si, que com o tempo pude perceber que não se tratava de substituição, mas de um amor verdadeiro, uma paixão por aqueles olhos verdes e focinho rosado que me aproximava daquele ser vivo.

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Sozinha na multidão

Posted by Diana Magnavita on 20:18


Toda noite antes de dormir, Sara tentava fazer uma flashback do seu dia, de tudo que possuía e tudo aquilo que um dia poderia conquistar, mas o vazio que tomava lentamente seus lençóis era a aflição que a faia sentir-se só, sozinha na multidão. Ela tinha amigos, tinha bons amigos, tinha uma família adorável e um cachorro labrador, fazia o que amava e tinha um bom emprego dando aulas de dança a crianças especiais. Ela os amava, o carinho e sensibilidade daquelas crianças a cativava dia após dia,mas ela questionava se sua vida não era uma grande ilusão. Se tudo não passava de uma enorme mentira diante de seus próprios olhos e todos os dias, ainda mais, ela se sentia sozinha, jamais tão solitária e não sabia o motivo de seu vazio solitário, e de tudo que lhe passava no íntimo e jamais conseguira expressar totalmente, nem em palavras, nem em arte, nem nada. Ela decidiu dormir e não pensar mais, ela aprofundou a cabeça no travesseiro e desmanchou. Nunca mais foi vista, como numa abdução nos filmes de ficção. Deixando seu reflexo no espelho e mais nada!


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O dia que Arádia nos deixou

Posted by Diana Magnavita on 07:05

Seus olhos, antes brilhantes, estavam opacos e o cenho, sua marquinha registrada, mostrava sua dúvida. Ela tinha pavor em seus olhos, queria que lhe explicassm o que estava acontecendo, mas nada seria dito. Eu chorava em prantos e ela não entendia, ou melhor, eles pensavam que ela não entendia, mas eu sabia que ela sentia o mesmo que eu: Esse é o nosso último encontro em vida. Se existe vida após a morte, nós um dia vamos correr na praia e nadar, como jamais conseguimos fazer corretamente, brincar na areia, cavar, brincar de bola e nossos abraços matinais. Ao vê-la naquele estado lembrei de "Marley e eu", tão parecidos, em rebeldia, em sua inocência infantil e agora, estava eu lá, diante de uma maca com a minha grande-pequena Arádia desesperada por não conseguir mover as patas traseiras, que a fazia se arrastar, como uma morsa. Era tão triste, não só para mim, mas para minha família, meus amigos e vizinhos, todos que um dia a viram ativa e saudável e sabiam a dedicação e cuidado que nós sempre tivemos por ela.
Arádia é nome de Deusa, a deusa das bruxas, filha de Diana. Nome forte para um labrador dourado, de olhos verdes, fucinho e cílios claros, diferente dos demais animais da raça. Isso ocorreu porque ela era albina, ela mereceu o nome que teve! Era forte, rebelde e não queria ser um "pau mandado", ela queria reinar, brincar quando lhe sentisse necessário, carinho quando o quisesse. era independente e companheira, carinhosa e destemida. O melhor cachorro do mundo! Ela não era um cachorro, se o fosse saberia disfarçar perfeitamente, era gente. Ela entendia o que falávamos, ela sentia o que sentíamos e ela via nossa tristeza sem precisar dizer e nos consolava sem palavras.
Ela, como todos em minha casa, amava música. gostava que eu cantasse para ela ou deixasse o som ligado e ela sempre ficava bem próximo, ouvindo as canções e pedia para mudar quando não gostava, latia, rosnava...
Sem dúvidas, sua alegria e personalidade amistosa cativava e encantava a todos em sua volta. Como um animal grande poderia ser tão dócil e simpático? Ela era doce, não merecia morrer assim. Morreu jovem, com cinco anos e meio, um tumor entre vértebras lombares esmagou sua coluna a deixando paralítica e nós, meros mortais, não soubemos perceber, porque o maldito tumor agia em silêncio e quando o foi perceptivo era tarde demais.
Aquela sala fria, aquele lugar estranho, ela passou dois longos dias, naquela clínica sob cuidados especiais. Foi bem cuidada pelos médicos e enfermeiros, imagino eu. No terceiro dia foi o que chamo de tristeza súbita, a certeza de que tudo terminaria ali, naquele momento. Comprovado, através de uma tomografia que ela estava com poucos dias de vida e em sofrimento. Sofrimento longe da família, sofrimento pela dor, pelo frio e por ter perdido o dinamismo, devido a impossibilidade de apoiar as patas traseiras. Essa era Arádia apática e sem brilho nos olhos, olhos vermelhos, lamentosos, clamando por piedade, aquela movimentação de médicos e enfermeiros na sala e nós em prantos a preocupava, a aflingia. Ela seria sacrificada e sabia disso. eu a abraçava enquanto ela lambia meu rosto, como se quisesse limpar minhas lágrimas, evitar que eu sofresse, mas era impossível arrancar essa dor de dentro de mim. Ela permanecia inquieta e só permaneceu mais calma quando eu, minha mãe e meu pai rodeamos a maca e ficamos perto dela até que entrasse em seu sono profundo. Falei para ela dos campos verdes, do sol brilhante, da praia linda que a esperava do outro lado, semelhante a ilha que ela tanto amava e tão pouco pôde desfrutar. Lembrei de quando arrumávamos as malas para ir para a ilha e ela gritava, latia, de alegria, ela sabia que iria viajar e ao nmesmo tempo ficava nervosa com medo de ser deixada para trás. Ela sorria e brilhava no sol da ilha, no seu quintalzinho, na sua vidinha sustentada por uma estrutura forte e ao mesmo tempo frágil.
Em suas veias, já flácidas, permeava o diazepan para adormecer e encontrar um caminho mais tranquilo para encontrar o outro lado, o lado onde, talvez um dia nos reencontraremos. Não sei se acredito em reino de mortos, céu ou inferno, paraíso, mas eu precisava dizer que ela não estaria sozinha, que algum dia nós estaremos juntas de novo, que meu avô, minha poodle She-ha, ambos vítimas do câncer e o meu pequenino labrador Shagrath, vítima de cinomose, a recepcionaria e cuidariam dela quando chegasse no lugar que chamei de "Lugar onde o sol brilha mais forte e as gramas são mais verdes" e eu tentei cantar baixinho, enquanto ela mordia minhas mãos. Ela parecia tentar dizer alguma coisa com aquelas mordidas, mas eu não sei exatamente o que, mas possuo suposições. Ela entrou em sono profundo e eu me retirei da sala, onde seria aplicado a anestesia letal, o seu sono sem fim, algo que a lei do eterno retorno de Nietzsche não se aplica.

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A morte

Posted by Diana Magnavita on 11:36
A dor por perder alguém querido é irreparável. Não há consolo que lhe faça diminuir o vazio, o buraco deixado pela morte. Imagino que a morte seja uma bomba e seu corpo seja o local da explosão e tudo que resta é a devastação, sua dor sepultando sua perda.
É claro que nascemos sabendo que um dia morreremos, mas cada dez que perdemos alguém que amamos parece que é a primeira vez que sabemos disso.
Um duelo eterno entre vida e morte, enfermidade e saúde, que lutamos contra eternamente,.enquanto duramos, e que desenvolvemos metódos que retardem esse dia, nos afastando, mesmo que pouco, de sentir uma dor temida. A morte nos mata de medo e nos impressiona. Às vezes a morte mata nossas esperanças e sonhos, e sempre, quase que sempre, carrega alguém querido nos levando à tristeza e dor.
A certeza do medo da morte é tão certa quanto a dor que ela nos proporciona.

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Posted by Diana Magnavita on 11:36
Sufoco, para que sufocas...

Diante de uma problemática tão pessoal entrei em pânico. Estou sempre entrando em pânico para lidar com os problemas. Não tenho a força necessária para um grand jetè nos problemas, nem tenho a técnica interpretativa necessária para igonorá-lo. O que fazer quando o sofrimento aperta sua alma te levando a apatia e inércia?
Uma vez eu pensei que o mundo era um conto de fadas, e vivo intensamente meu mundinho fantasioso paralelo a essa realidade errante. Às vezes me canso de ser quem sou, porque a minha vida nada se parece com o que planejei há dez anos. Como se naquela época eu tivesse maturidade para planejar o futuro. Nem sei se hoje eu tenho essa maturidade, muito menos com treze anos. Aliás eu vivo constantes paradoxos em minha vida, nem aqui nem lá, nem loira nem morena, nem menina nem mulher, nem madura nem imatura, nem bonita nem feia, nem pobre nem rica e etc...
A constante colisão entre o passado e o presente que surge como um furacão inesperado está sempre causando abalos sismicos em minha superfície terrestre. O que há de bom em mim? O que me tornei? O que eu busco na minha vida não é ser uma pessoa comum! Quero bem mais, mas há mais de dez anos sonho com esse estrelato e cada dia que passa me sinto mais velha para realizá-lo. Aprendi a não me frustrar porque nunca serei como Anna Bessonova, Diana Vishneva ou Anna Netrebko. Ninguém precisa ser o melhor do mundo para ser maravilhoso. Aproveitando o que tenho de melhor poderei ser especial como elas em minha vocação.
É tão fácil pensar em ser alguém que avança e desafia suas limitaçoes, guardando o que tem de melhor, com um sorriso, sempre e autoconfiança suficiente par embriagar sua vida de bons fluidos. A menina mulher percorre o mundo em busca do seu reconhecimento e aperfeiçoamento, juntamente aos milhares de habitantes na sua cidade. A menina que não quer jamais ser adulta suficiente para perder a sua essência adolescente de respirar e sonhar, de correr e tentar buscar seu sonho, mesmo que lhe custem ainda mais dez anos. Sem sufoco...

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Cartas experimentais

Posted by Diana Magnavita on 16:43
Carta à Victória:


20-10-10 Salvador BA
Pequena Vic,

Não precisa nem citar que você foi o mais puro amor na minha vida! Você, com esse jeito tímido e delicado me conquistou em todas as formas de amor que possam existir. Minha menina, minha pequena Vic. Eu não sei o que hoje acontece entre nós, quando retorno às lembranças, me perco em risos e gotículas lacrimais. Sua vergonha excessiva, o medo de se entregar... você se lembra? Eu sempre sonhei que um dia nos casaríamos e moraríamos em uma bela casa com quintal e teríamos filhos. Eu me sinto cruel em dizer isso através de uma carta e ter que lhe informar que nossos sonhos estão escassos e por este motivo, devo lhe dizer que não dá para viver um sonho, que não mais está encantando meu coração em realizar. É estupidez acreditar que o amor é algo eterno! Nada nesse mundo é eterno, minha cara! Nem mesmo nós, sujeitos protagonista dessa história! Neste exato momento, imagino que você, sempre contida, está lacrimejando por estas linhas e mais uma vez eu me sinto cruel por lhe proporcionar essas lágrimas. Eu não queria te fazer sofrer, eu não queria te fazer chorar, mas sou egoísta o suficiente para pensar em algo além de mim. Talvez, se você tivesse arriscado mais, tivesse sido mais autoritária, menos condescendente, menos inerte, eu ainda estaria sonhando na nossa bela moradia na Califórnia, mas sinto lhe dizer, nem meu destino é ao seu lado, assim como, desisti de ir à Califórnia e seja lá o que você pense, esqueça a possibilidade de fazer parte da minha vida novamente. Eu não consigo ser menos ríspida pois tenho medo de alimentar em ti esperanças ilusórias de um doce que chegou ao fim.

Um dia te amei, para sempre lembrarei.

Com carinho,

P.A


Carta à Yago:

02-02-11 Salvador – BA
Meu ex- Odim,

É óbvio e evidente que eu não vou te aceitar de volta. Levei pelo menos dez minutos para escrever a primeira linha e saber como te chamaria nessa carta. É difícil para mim dizer que não quero mais você. É estranho, seu jeito apegado, super protetor, que me sufocava e me deixava aflita. Seu medo inescrupuloso de me perder! Você me traiu e pronto! Me deixou ver quem você era de verdade! Escondeu drogas em minhas coisas e na minha casa sem que eu soubesse, roubou minhas economias e dormiu com aquelas pessoas que se diziam minhas melhores amigas. Você, eu tenho nojo! Você fede a merda! Você fede a lixo! Esqueça meu endereço, meu telefone e tudo que se pode imaginar dessa grande mentira que foi nosso relacionamento. No inicio achei engraçado quando você roubou uma simples faca no restaurante, mas percebi que isso era parte de algo, nada sadio, que estava apenas começando. Seu caráter é tão sujo e você é tão doentio que eu sinto pena. Sinto pena de mim por ter desperdiçado meu tempo com alguém fétido como você.

Passar bem (não é o que realmente desejo)
 P.A.


Carta à Elvira:

20-01- 2010 Salvador- BA
Camponesa Celta,



Não importa quantas vezes nossos medos nos tocaram. Com você eu pude perceber que o medo é figurante em nossa historia, que não existiu erro algum. Você é, e sempre será aquela camponesa Celta de olhos brilhantes que trouxe brilho e cores em minha vida. Esse é o momento correto de sair e pensar no que vamos escolher para nós e talvez algum dia nos encantemos novamente pelo grande amor que vivemos. Não pense com tristeza quando lembrar de mim pois eu sou sua fortaleza, sua âncora nessas águas turbulentas e você é aquilo de mais importante que essa vida proporcionou para mim até hoje. Ainda nos encontraremos em alguma parte desse mundo, independentes e sem nenhum obstáculo para nos separar. Eu prometo que isso não é uma despedida, é um adormecimento daquilo que estamos vivendo para que não exista nenhuma pendência no futuro. Peço que seja cautelosa e não se deprima facilmente, seja sempre forte, alegre e juvenil , tal como te conheci. Esse transtorno irá passar assim que todos se acalmarem e aceitarem o nosso amor.

Sempre tua,

P.A


Carta à Irene:

24-04-11 Salvador –BA
Cadelinha,



Nunca escrevi uma carta para você e não sabia como te chamar, já que esta era a forma como você gostava de ser chamada. Eu não posso continuar com essa brincadeira! Esse jogo sexual juvenil meia boca. Não consigo, não tenho coragem de dizer pessoalmente, mas você nada mais é do que o cheiro de sexo na minha cama. Não posso fingir e dizer que te amo. Um dia você me perguntou se eu achava que você era mais do que sexo e eu apenas sorri. Não! Você é somente sexo! Não que não seja saudável! Não que eu não goste de você e não ache seu sorriso bonito de verdade, mas é na hora que a gente deita na cama, no chão, no hall, na escada, no inferno... é na hora que você suga todas as gotas de meu orgasmo, que você lambe todo meu sexo e desperta dentro de mim aquela força que nem eu percebia que tinha. Espero não te magoar com isso que digo, mas no fundo você já sabia, é esperta o bastante. Isso não significa que não possamos ter nossas aventuras, mas talvez você não queira mais olhar na minha cara. Tanto faz, eu fiz o que achei correto e honesto comigo e você.

P.A

                                                                                                                Diana Magnavita
                                                                                                                  




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This is the problem of life nothing is like movies

Posted by Diana Magnavita on 10:07

Acordamos toda manhã esperando por um dia bom, cheio de oportunidades e sucesso, mas isso nem sempre dá certo! O azar pode começar bem cedinho, quando acorda e toma aquela topada aguda no dedão do pé, nesse momento você grita e grunhi de dor e se lembra que terá que pegar aquele ônibus cheio, mais uma vez, e nem são sete da manhã ainda.

Algumas pessoas são tão bem sucedidas na vida que causam aversão em outras, mas ela não se acha tão bem sucedida, porque o bem sucedido absoluto: lindo, legal, rico e feliz só acontece nos filmes. Fato!

Os filmes nos iludem sobre o amor, amizade, empreendimentos. Ele nos encoraja de que eu posso ser aquela personagem de Christina Aguilera em Burlesque só que provavelmente, centenas de pessoas também irão pensar nisso ao mesmo tempo!

O sonho do grande amor com final feliz não existem porque não tem fim na vida real, é uma eterna continuidade, quando na verdade o filme é uma trama de ¼ da vida de alguém fictício, ou não!

Sonhos são impossíveis de se conquistar? Não! São duros, mas não impossíveis, porque a única coisa impossível no mundo, que seria um príncipe se apaixonar por uma plebéia, já aconteceu! Então, Maria do Bairro não era tão surreal como imaginava! Graças a deus ainda existem contos de fadas reais, embora seja algo 0,1% em 100%, para insatisfação de uma população mundial, apenas algumas pessoas serão bem sucedidas, enquanto as outras terão suas vidas tristes estampadas nos cartazes do cinema, como os dramas com finais infelizes.

O amor nos filmes só é possível nos filmes, mas nos leva a sonhar que podemos encontrar aquele amor cinematográfico em alguma esquina de bar. O amor verdadeiro é tão imperfeito e mais imperfeito do que imaginamos, mas o cinema nos faz ousar pela busca daquela beleza “fílmica”, proporcionada pela moda e mídia. E quando não encontramos isso, nos deparamos com a sofrida solidão e o ditado “antes só do que mal acompanhada” passa a não fazer mais sentido.

A paixão é como os filmes, irreais, a gente acredita em algo ilusório, Mas no caso da paixão, quando começamos a enxergar a verdade, ela pega o primeiro bonde. Já o cinema, nunca, jamais deixa de ser mágico, ele está sempre ali com seu glamour, com suas cores, com seus elementos preciosos, com suas próprias verdades.

Eu queria acreditar que eu poderia ser como a Christina Aguilera em Burlesque e que poderia ser uma bonequinha de luxo, como a Audrey Hepburn, mas não passa de sonho! Pensamentos, devaneios de alguma coisa em lugar algum e então construímos nossos próprios roteiros de uma vida real que se aproxime daquela leitura rítmica cinematográfica, de uma partitura conceitual e que nos acorde um pouquinho menos real, mais fílmico. Eu gostaria que a vida fosse mais parecida com os filmes!

                                                                                                       Diana Magnavita

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Estar entre Tadashi Endo

Posted by Diana Magnavita on 19:09
O espetáculo “one-nine-for-seven” de Tadashi Endo é uma encantadora trajetória por sua própria vida, cujo título está relacionado com sua data de nascimento. Nessa obra o artista resgata angústias, sofrimentos e a relação entre a Europa e o Japão, assim como alegrias e tristezas do momento, do passado e do que pode a vir ser o futuro introduzindo a característica essencial da sua dança, o MA (estar entre as coisas), sempre presente como forma de expressar a todas as coisas que não podem ser vistas, apenas sentidas no íntimo, como é o caso dos sentimentos, vida e morte.
Tadashi aos 60 anos, não apenas um ator ou dançarino, um poeta, artista de corpo e alma, nos presenteia com uma obra poética entorno de si mesmo. Já se sabe que ele utiliza muito das suas experiências pessoais para montar seus espetáculos, além de ser responsável pela criação e concepção, ainda é responsável pelos desenhos de luz, assim como, dos figurinos.
O espetáculo se inicia, fazendo parecer que Tadashi brincava com a sua própria sombra distorcida, que associei com o clássico do cinema expressionista alemão, Nosferatu (1922), do diretor F. W. Murnau. A sombra crescia e parecia que viria a cobrir todo o espaço. Essa tensão se desfaz quando Tadashi anda de encontro a si mesmo e caminha para a coxia, que com a troca do foco de luz, faz parecer que a sombra dele deixou a coxia e seu corpo permanecia no palco, várias metáforas podem ser encontradas e diversas interpretações destas podem ser geradas.
É notável como existe uma transição muito rápida, como um jogo, entre alegria e tristeza trazidas em seus movimentos, expressões corporais e faciais, assim como pelas trilhas sonoras de Osamu Goto, Kronos-Quartett e Peter Tchaikovsky.
Uma das cenas, senão a mais interessante, onde Tadashi se depara com dois montes de pó branco, o mesmo usado para pintar o corpo, utilizado pelos bailarinos de Butoh para realçar melhor o tônus muscular, sempre muito evidentes. Esses montes, que ele desfaz batendo e esfregando pelo corpo, subindo, como poeira.
Quando uma vela é colocada sobre seu corpo, dando uma sensação que estava sendo velado, ou ainda, quando coloca em cena um galo de pelúcia, que arrancou risos e estranheza da platéia, quando tira de baixo da saia e o coloca no chão, enquanto o bicho emitia som, para em seguida dançar ao som de “Summer time” clássico do jazz, na voz de Janis Joplin, em uma versão despojada.
Ao finalizar, Endo foi recebido com uma cascata de aplausos e surpreendeu, ao aparecer simpático com um rascunho escrito em português, onde pedia emocionado, para que orássemos pelo Japão, especialmente, pelas crianças e agradeceu em português, inglês e Japonês. Por fim, o tumulto ao deixar o teatro, mas o silêncio reflexivo de uma obra, de um artista indescritível. De tirar o fôlego!


Diana Magnavita

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