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Cartas experimentais

Posted by Diana Magnavita on 16:43
Carta à Victória:


20-10-10 Salvador BA
Pequena Vic,

Não precisa nem citar que você foi o mais puro amor na minha vida! Você, com esse jeito tímido e delicado me conquistou em todas as formas de amor que possam existir. Minha menina, minha pequena Vic. Eu não sei o que hoje acontece entre nós, quando retorno às lembranças, me perco em risos e gotículas lacrimais. Sua vergonha excessiva, o medo de se entregar... você se lembra? Eu sempre sonhei que um dia nos casaríamos e moraríamos em uma bela casa com quintal e teríamos filhos. Eu me sinto cruel em dizer isso através de uma carta e ter que lhe informar que nossos sonhos estão escassos e por este motivo, devo lhe dizer que não dá para viver um sonho, que não mais está encantando meu coração em realizar. É estupidez acreditar que o amor é algo eterno! Nada nesse mundo é eterno, minha cara! Nem mesmo nós, sujeitos protagonista dessa história! Neste exato momento, imagino que você, sempre contida, está lacrimejando por estas linhas e mais uma vez eu me sinto cruel por lhe proporcionar essas lágrimas. Eu não queria te fazer sofrer, eu não queria te fazer chorar, mas sou egoísta o suficiente para pensar em algo além de mim. Talvez, se você tivesse arriscado mais, tivesse sido mais autoritária, menos condescendente, menos inerte, eu ainda estaria sonhando na nossa bela moradia na Califórnia, mas sinto lhe dizer, nem meu destino é ao seu lado, assim como, desisti de ir à Califórnia e seja lá o que você pense, esqueça a possibilidade de fazer parte da minha vida novamente. Eu não consigo ser menos ríspida pois tenho medo de alimentar em ti esperanças ilusórias de um doce que chegou ao fim.

Um dia te amei, para sempre lembrarei.

Com carinho,

P.A


Carta à Yago:

02-02-11 Salvador – BA
Meu ex- Odim,

É óbvio e evidente que eu não vou te aceitar de volta. Levei pelo menos dez minutos para escrever a primeira linha e saber como te chamaria nessa carta. É difícil para mim dizer que não quero mais você. É estranho, seu jeito apegado, super protetor, que me sufocava e me deixava aflita. Seu medo inescrupuloso de me perder! Você me traiu e pronto! Me deixou ver quem você era de verdade! Escondeu drogas em minhas coisas e na minha casa sem que eu soubesse, roubou minhas economias e dormiu com aquelas pessoas que se diziam minhas melhores amigas. Você, eu tenho nojo! Você fede a merda! Você fede a lixo! Esqueça meu endereço, meu telefone e tudo que se pode imaginar dessa grande mentira que foi nosso relacionamento. No inicio achei engraçado quando você roubou uma simples faca no restaurante, mas percebi que isso era parte de algo, nada sadio, que estava apenas começando. Seu caráter é tão sujo e você é tão doentio que eu sinto pena. Sinto pena de mim por ter desperdiçado meu tempo com alguém fétido como você.

Passar bem (não é o que realmente desejo)
 P.A.


Carta à Elvira:

20-01- 2010 Salvador- BA
Camponesa Celta,



Não importa quantas vezes nossos medos nos tocaram. Com você eu pude perceber que o medo é figurante em nossa historia, que não existiu erro algum. Você é, e sempre será aquela camponesa Celta de olhos brilhantes que trouxe brilho e cores em minha vida. Esse é o momento correto de sair e pensar no que vamos escolher para nós e talvez algum dia nos encantemos novamente pelo grande amor que vivemos. Não pense com tristeza quando lembrar de mim pois eu sou sua fortaleza, sua âncora nessas águas turbulentas e você é aquilo de mais importante que essa vida proporcionou para mim até hoje. Ainda nos encontraremos em alguma parte desse mundo, independentes e sem nenhum obstáculo para nos separar. Eu prometo que isso não é uma despedida, é um adormecimento daquilo que estamos vivendo para que não exista nenhuma pendência no futuro. Peço que seja cautelosa e não se deprima facilmente, seja sempre forte, alegre e juvenil , tal como te conheci. Esse transtorno irá passar assim que todos se acalmarem e aceitarem o nosso amor.

Sempre tua,

P.A


Carta à Irene:

24-04-11 Salvador –BA
Cadelinha,



Nunca escrevi uma carta para você e não sabia como te chamar, já que esta era a forma como você gostava de ser chamada. Eu não posso continuar com essa brincadeira! Esse jogo sexual juvenil meia boca. Não consigo, não tenho coragem de dizer pessoalmente, mas você nada mais é do que o cheiro de sexo na minha cama. Não posso fingir e dizer que te amo. Um dia você me perguntou se eu achava que você era mais do que sexo e eu apenas sorri. Não! Você é somente sexo! Não que não seja saudável! Não que eu não goste de você e não ache seu sorriso bonito de verdade, mas é na hora que a gente deita na cama, no chão, no hall, na escada, no inferno... é na hora que você suga todas as gotas de meu orgasmo, que você lambe todo meu sexo e desperta dentro de mim aquela força que nem eu percebia que tinha. Espero não te magoar com isso que digo, mas no fundo você já sabia, é esperta o bastante. Isso não significa que não possamos ter nossas aventuras, mas talvez você não queira mais olhar na minha cara. Tanto faz, eu fiz o que achei correto e honesto comigo e você.

P.A

                                                                                                                Diana Magnavita
                                                                                                                  




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