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Uma carta, um e-mail, ou apenas, relato sentimental sobre o amor eterno...

Posted by Diana Magnavita on 19:32
     Caminhei por altas horas, meu corpo estava aberto e levemente entorpecido. Não sei quanto tempo caminhei, pois não sei contar em pensamentos. Meus pés estavam inchados de tanto testar possibilidades em utilizá-lo, estava cansada já, mas ainda havia a esperança nos movimentos dos corpos. Foi quando lembrei que o professor disse para trazer meu sofrimento para minha arte. Qual é o meu, finalmente, sofrimento? Angustio-me constantemente sem causa alguma, desespero-me por motivos variavelmente mutáveis.
      Tudo só depende de mim, mas eu sou um corpo que pensa e sente, mas está doente da vontade. Embora ela exista, a luta é como se me cortasse em pedaços. Sei que não vou fracassar diante da minha arte, mas não estou sofrendo para que ela exista. Estou sofrendo por amor. O amor cortou minha alma, me deu tudo que eu queria, como um demônio em um pacto sangrento. O amor lambeu-me toda e levou tudo que eu tinha, mas eu já não tinha nada. Eu era um corpo desesperado, triste, vazio, que não acreditava que o amor poderia mudar alguma simples coisa em minha vida.
  O amor mata! O amor é uma doença degenerativa e quanto mais você ama, você vicia nessa coisa estranha que é estar sempre amando, aquela pessoa, que te levou tudo e pagou-lhe com tudo que tinha. O amor não é apenas maus fluidos, o amor é um botão de rosa, mas também é a morte desta. E o amor é coisa mais bela que se pode existir nesse mundo, quando se tem sinceridade, mas o amor é taciturno ao ser rompido pelo ser amado ou ainda separado pela morte.
O amor leva ao êxtase, leva a sensações inimagináveis, mas é uma faca de dois gumes. Um dia, simplesmente, sem um motivo qualquer, ele pode buscar outros olhares, e julga ter sido eterno enquanto durou. O amor lava a alma e a chuta na lama. E ainda que se tente prever, os oráculos, também amam e sofrem por ele. O amor não gosta de repetições, ele é mutável, sempre e continuamente. O amor não acomoda, ele quer sempre algo mais, ele se move lentamente ou vorazmente e do mesmo jeito se desfaz.
Eis o amor, meu maior defeito. Eu amo demais, eu não sofro por amor, mas eu sou uma mulher que ama demais. Eu não sou infeliz, mas só sou feliz quando estou ao lado de quem amo. O amor é uma montanha russa, cheia de emoções, mas quando a sessão termina, a vida volta a ser a mesma, sempre, ou não.
         Não sou do tipo, que sofre por amor, nem por falta dele, mas quando de fato amo meu corpo não parece responder a minha razão. Eu me entrego tão completamente que me assusta o fato de um dia tudo desaparecer e eu estiver, ali, sozinha, sem esse tão profundo amor. Amar é bom, e se por algum motivo este amor se dissolver, ele estará em minha lembrança, como o melhor amor que já tive e a melhor experiência, mais feliz, mesmo que não seja eterno, mesmo que me prepare para o fim, irei inspirar até a ultima gota do seu cheiro, para que daqui a 50 anos possa recordar tão belo foi o nosso amor.
                                                                                                                  Diana Magnavita

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