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IN-Teoria da Sensibilidade

Posted by Diana Magnavita on 09:07


É triste ser sensível. É triste saber que seus sonhos de humanidade são irreais.
Mais triste ainda, é amar essa tristeza, que para sempre bela, pertence ao seu íntimo.
E é tão triste o amor não correspondido, triste o amar solitário.
E no silêncio vagueiam palavras mudas, que sussurram.  Que suspiram. Nada se ouve.
Uma canção amarga de repetições e lamentações exauridas.
Vai e golpeia com suas cortantes ideias, a nobreza delicada dos seus sentimentos.
Segura forte a ira da sua paixão, que de tanta intensidade carrega em suas vísceras o peso do mundo.
Vai e canta, e isola e encanta e...
Suavemente tragando sua sorte. Sua sina. E nada se ouve.
Pedaços de cimento caem sobre sua  pele macia. Macia de pensamentos intocáveis.
Macia de desejos seus...
Não se fabrica pessoas como antes! Vivas! Sementes de Humanidade. Só se ver supérfluos.
Beijos por beijos, palavras por palavras, escárnio por escárnio.
Não se fabrica mais sentimentos como antes. Vivemos a esquizofrenia de saciar.
 Dominados por essa flor de concreto dentro da individualidade.
Homens e mulheres pequenos e superficiais.
Trajando sensualidade. Travando como animais selvagens. Deglutindo-se as carnes.
E o que resta dos esquisitos, são palavras bobas. São sentimentos bobos, que ninguém os ouve, ninguém os quer.
E sempre, quase sempre,  se machucam com suas doses de insatisfação latente.  E quase que totalmente são deixados para trás com suas paixões incandescentes.
Ninguém quer  o complexo das estrelas, embora belas, preferem comtemplar  à distância, às escuras.
E assim, é triste ser sensível, incompreendido. É triste ver que o seu sol escapuliu às suas mãos e que nada se pode fazer para detê-lo...




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O que foi feito com as nossas crenças ancestrais?

Posted by Diana Magnavita on 14:53


Em uma conversa informal, me perguntaram se eu não acreditava em Deus. Eu respondi que sim, que creio em Deus, mas não na instituição Religiosa. Acredito na existência de Jesus, mas não de um messias.  E é muito simples entender o porquê da minha repulsa pela Igreja Católica.
A Igreja católica perseguiu, torturou e matou milhares de pessoas ao longo de sua supremacia, com o intuito de eliminar os hereges, ou seja, aqueles que cultuavam outras crenças.  A caça às bruxas, dizimando milhares de vidas, deixando crianças órfãs, muitas vezes de pai e mãe, assim como obrigaram aos índios e escravos negros a aceitarem a catequese por meio de torturas e sofrimento. Então você me pergunta: Qual violência a Igreja Católica usou contra mim? E eu respondo: Malleus Maleficarum. 
A Igreja não apenas torturou, queimou e matou pessoas “culpadas” pela bruxaria, como também inocentes, em sua maioria, assim como deturpou a s religiões Pagãs e matriarcais, os seus Deuses (politeísmo), sua simbologia. A imagem feminina nunca mais foi a mesma e isso reflete até os dias de hoje. A mulher como fruto do pecado e perdição, a personificação do demônio.  Demônios estes, todos subvertidos das histórias e cultos sagrados pagãos e politeístas. 
Durante muito tempo, na Idade Das Trevas, o homem foi privado do seu direito de escolha, mesmo que Deus o tenha dado o livre arbítrio e deste mesmo homem foi tirado o direito de se ter conhecimento, assim como ainda vemos atualmente.
Por todo sofrimento causado, por toda morte, de bruxas verdadeiras ou não. Por toda tortura, cada feto arrancado do útero, cada afogamento ou fogueira, toda sujeira que eles deixavam ao longo da nossa história, em pleno século XXI, olhem ao redor e comece a perceber que a Idade Das Trevas não acabou. Ainda temos resquícios inquisidores, religiosos, étnicos, sociais, ou de gênero, mas estamos presos a este estigma que um dia foi colocado em nossas vidas e trazido a ferro e sangue por nossos ancestrais na história da humanidade.



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Quantas coisas de lá pra cá, você já conseguiu?

Posted by Diana Magnavita on 22:17

Não sei se já consegui alguma coisa... Terminar o 2º grau e entrar na universidade. Acho que ganhei alguma coisa no teatrinho quando era pequena e fazia espetáculos de dança e teatro e escrevia textos e alguns livros que nunca serão publicados... E fiz um filme tbm "a menina câncer" que quem nunca assistiu jamais poderá ver pois se perdeu no tempo... Caí de bicicleta de encontro à um ônibus e  vi meu cachorro morrer. Muitas vezes me pergunto se tudo isso está no meu corpo, em minhas células. Devorei muitos livros, filmes e pessoas e procurei ter um estímulo no filme da minha vida. Cantei em alguns lugares e escrevi algumas canções que nunca serão cantadas. Vesti muitas roupas, gastei muitos sapatos, tive mil cabelos e um único coração e mesmo que eu esquecesse que ele existia, ele vibrava em meu peito numa intensidade que me causava taquicardia. Pensei nos pobres, nos oprimidos,  nos ditadores, nos séculos passados, e nos que estariam por vir e me senti impotente ao saber que não poderia mudar o mundo.

Beijei algumas bocas... Algumas que me lembro perfeitamente e outras que não! Amei, achei que amei e chorei várias vezes e sorri pelo menor motivo. Tive o coração partido e colado algumas vezes e parti alguns deixando seus pedaços pelo caminho. Me senti usada, amada, abusada, ao averso. Usei e abusei de verdades e mentiras. Tornei as coisas fáceis demais e muitas vezes quão complicas eram e nem eu poderia compreender.  Me arrependi de atitudes impensadas e de atitudes pensadas demais. Sonhei acordada enquanto a realidade sonhada passava bem próximo e eu não a agarrei pois estava sonhando. Levei socos, murros pontapéis, me recompus, tornei a cair e dei algumas porradas. Ganhei muitos amigos e perdi pessoas amadas. Fui inocente, fui cruel, fui maldosa. Saltei de muitos precipícios e também empurrei alguns à beira do abismo. Suei e fiz suar. Sofri e fiz sofrer. Várias vezes me suicidei, me anulei e também me amei. Fui linda, fui feia. Fui gorda e magra. Comi pouco e comi muito.  Bebi no gargalo da garrafa de vinho, vodka, rum... Menos tequila! Fumei muitos cigarros... Muitos mesmos... Dancei muito, não tanto como gostaria, por minhas próprias desavenças comigo  mesma.

Não quero ser feita de lembranças, nem quero perder a juventude,mas o tempo parece que está com pressa de acabar e isso me assusta! Tudo muito rápido! Faróis rápidos! Sonos rápidos, trânsitos em velocidade da luz... E eu no meio de tudo isso... Tentando achar a pulsação certa,  não perder o tom, não cair no sono... Na estafa.

E esses sonhos?  E esses medos? Lá na frente terão sentido? Por volta da sua velhice, irá lembrar com lágrimas os 30 anos passados?

Se correr contra o tempo já é complicado, correr atrás dele perdido é possível? A velocidade do tempo... A velocidade do tempo. Ele passa, ele corre, ele voa... Pensamos que estamos intactos até nos percebermos no espelho e então, sabemos o quanto de tempo que se foi. Tempos aproveitados, ou não. Ele nunca está no mesmo lugar, ele passa e leva tudo...

Eu vou correndo no ritmo do tempo, causando essa disritmia... e vou empurrando meu peso contra o tempo, jogando tudo que posso suportar, mas o tempo se alimenta de nossa juventude, como um vampiro que se alimenta de sangue. E é a nossa juventude que o torna imortal.


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